Jorge Jesus conseguiu fazer uma boa omeleta com um ovo apenas, parece exagero mas não é. O Benfica começou a época com dificuldades financeiras, vendeu grande parte dos seus ativos mais valiosos reforçou-se de uma forma (parecia) um pouco sem sentido e atabalhoada e parecia condenado a contentar-se com uma época a tentar sobreviver com um plantel remendado e curto em referencias e valores seguros. É aqui que entra o trabalho do seu treinador, ofensivo por natureza soube esfriar essa sua forma de jogar, construiu uma defesa sólida que alicerçou uma equipa experiente e matreira na conquista de um improvável bicampeonato para os da luz. Mérito para o pragmatismo de Jorge Jesus, que parece ter aprendido com os seus muitos erros do passado que deitaram por terra aspirações legitimas com plantéis muito superiores a este. É verdade que nem tudo correu bem: na Liga dos Campeões a desilusão foi grande e saíram pela porta mais pequena da Europa (último lugar do grupo), na taça o desempenho não foi melhor (eliminados logo no primeiro jogo) e pontos ganhos em grande sacrifício no campeonato. Ainda assim a equipa foi-se mantendo sempre sólida no campeonato e mostrou ser a mais experiente, conquistando pontos importantissimos em jogos como o de Alvalade (golo no ultimo minuto), no Dragão (esmagado em todos os itens mas ainda assim vencedor). Experiência e pragmatismo que permitiram até capitalizar todos os erros de arbitragem em seu favor, que numa fase da época chegaram a parecer demasiados tal a taxa de sucessos pela margem mínima dos da Luz. Na taça da liga mantiveram a tradição de a valorizar mais que os adversários e podem também sair de lá vencedores. Pode ser uma competição muito menor... mas também conta para alimentar uma época que sempre pareceu perdida... afinal no fim é que se fazem as contas... e como alguém dizia, no futebol não há impossíveis! Chega assim a esta fase, o Benfica, com razoes para festejar... talvez assim saiba melhor ser campeão...
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